RESUMO Lia Rodrigues instalou sua companhia de danças no bairro de Alagados, no Rio de Janeiro. Considera-se neste artigo sua presença nesta zona urbana como um procedimento de presença, propondo-se uma atenção à dança que antecede o processo de composição coreográfico, visto pelo publico. Para investigar como as noções de sítio, localização e permanência se engendram no trabalho da Companhia de danças Lia Rodrigues, a autora acompanha três dançarinos por seus percursos urbanos. Surge assim uma extensão da noção de coreografia e uma concepção da dança, que se inicia nos trajetos cotidianos dos dançarinos e do público, quando estes se permitem atravessar zonas e limites de tensão social para a execução e a fruição de uma dança.
ABSTRACT Lia Rodrigues established her dance company in the neighbourhood of Alagados, in Rio de Janeiro. This article considers her presence at this urban zone as a procedure of presence, suggesting an attention to dance that precedes the process of choreographic composition, seen by the public. To investigate notions such as site, location and permanence and how they engender the work of her Company, the author follows three dancers through their urban trajectories. From that, a different notion of choreography arises, as well as a conception of dance that is initiated in the everyday trajectories, once one allows himself to cross the boundaries of social tension in order to execute, produce or enjoy a dance.
RÉSUMÉ Lia Rodrigues a établi sa compagnie de danse dans le quartier d'Alagados, à Rio de Janeiro. Cet article envisage sa présence dans cette zone urbaine comme un procédé de présence, proposant un regard sur cette danse qui précède le processus de composition chorégraphique montré au public. Afin de mesurer l'impact des notions de site, d'emplacement et de résidence dans le travail de Lia Rodrigues Companhia de Danças, l'auteur suit trois danseurs à travers leurs parcours urbains. Cela conduit à un élargissement de la notion de chorégraphie et à une conception de la danse qui commence dans les trajets quotidiens des danseurs et du public, lorsque ces derniers osent traverser des zones de tension sociale pour la pratique et le plaisir de la danse.